sábado, 18 de julho de 2009

MERCADO PROMISSOR.



Essa Materia é de 2004, mas infelizmene, vale pra os dias de hoje.
Apesar algumas mudanças os impostos ainda sao o maior vilao pra o crescimento
desse segmento.
Acorda DIREGENTES merecemos respeito!!
E nossa produçao tambem!!
Temos um grande incentivo para a cervejas, para os " cigarros" (enrustido)....cade as campanhas para os vinhos?????


O Brasil é hoje o mais estratégico mercado de vinhos da América Latina. Ao contrário de tradicionais produtores como França, Itália, Argentina e Chile, onde a tendência de consumo da bebida é de queda, no Brasil há significativo potencial de crescimento. Afinal, a população de 175 milhões de habitantes bebe apenas 1,6 litro per capita ao ano. Se há possibilidade de expansão, o mercado nacional é ainda pequeno quando comparado ao da Inglaterra, dos Estados Unidos, da Alemanha ou do Japão, que movimentam cifras bilionárias.

Infelizmente, o volume de importação do Brasil é significativamente inferior. Para se ter uma idéia, a cada ano, o País compra o equivalente a apenas 0,6% da produção chilena de vinhos, 0,27% da Argentina, 0,04% da francesa, 0,016% da espanhola e ínfimos 0,009% do vinho engarrafado na Austrália.

Apesar de o Brasil importar vinhos desde o descobrimento e ter uma produção local iniciada já no século XVII, a classe média brasileira só refinou seu gosto a partir dos anos 90, com a abertura do mercado aos produtos importados.

O enófilo brasileiro está se educando avidamente com cursos para iniciantes e literatura. A bebida de Baco tornou-se símbolo de sofisticação e ocupa um espaço cada vez maior na mídia. O que falta para uma explosão de consumo é informação, hábito e, sobretudo, bolso. Neste contexto, cresce a influência da imprensa especializada, que educa e indica as boas compras.

Os 275 milhões de litros de vinho comercializados em 2003 no Brasil mostram uma retração de 4,75% do mercado, em relação ao ano anterior. Desse total, 29 milhões de litros foram importados. Vale explicar que 88% da produção nacional é de vinho dito "comum", feito de uvas não-viníferas, que custam menos de R$ 5 a garrafa e que não competem com os estrangeiros.

É preciso salientar que o consumo é geograficamente muito irregular. Cerca de 85% do volume se concentra nas regiões Sudeste e Sul do País, que juntas representam cerca de 57% da população. Ou seja, os outros 75 milhões de cidadãos das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste esvaziam menos de uma garrafa de branco ou tinto ao ano.

Mais do que um aumento quantitativo, o mercado nacional registrou um aumento qualitativo nos últimos anos. A variedade de rótulos importados à disposição do consumidor é imensa e cresce a cada dia, não existem números precisos, mas estima-se que chegue a 15 mil.

Capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, o maior mercado, recebem visitas quase diárias de representantes de vinícolas de todas as partes do mundo promovendo seus produtos. O vinho costuma ser mais bem tratado aqui do que em muitos países europeus, como Portugal. É comum nos grandes centros urbanos que bons restaurantes tenham adega climatizada, taças adequadas e pessoal treinado para o serviço.

Embora não existam dados exatos, calcula-se que mais de 80% do vinho consumido no Brasil seja tinto. Os principais motivos são as tão faladas benesses à saúde e a má fama que os brancos ganharam nos anos 80, com a enxurrada de líquido adocicado alemão que inundou o País. Os rosados não são populares, por motivos semelhantes.

Os espumantes são a grande vocação brasileira e gozam do merecido status de principal produto nacional em termos de qualidade. O consumidor, já está bem informado do fato, foi às compras em 2003. O incremento na venda de espumantes no ano que passou, em comparação com 2002, foi de 27,87%, atingindo a faixa dos 5 milhões de litros. Esperava-se um crescimento ainda maior, não fosse o aumento de IPI - 136% em média - sobre espumantes, ocorrido no fim do ano, que representou um incremento de ao menos 20% no preço da prateleira.

Os vinhos nacionais sofrem uma pesada carga tributária, da ordem de 45% do preço final da garrafa. É fácil constatar como os impostos afetaram as vendas. Em novembro passado, antes do aumento, 1,5 milhão de litros de espumantes brasileiros foram comercializados. Em dezembro, quando tradicionalmente há um pico de compras, foi registrada uma queda de 74% em relação ao mês anterior. Um desastre...

No mercado de importados houve uma troca de protagonistas em 2003. Caiu a Itália, seguida dos europeus de maneira geral, e subiram o Chile e a Argentina. As causas desta mudança foram a estagnação da economia, com retração geral nas compras e uma forte alta do euro. Além disso, Chile e Argentina beneficiam-se de menores custos de transporte e de taxas aduaneiras. Enquanto um vinho europeu paga impostos e taxas que variam de 85% a 100%, os argentinos têm encargos da ordem de 50% e os chilenos, entre 50% e 100%. Por isso, os produtos do Velho Mundo chegam aqui custando caro: uma garrafa de €3 numa loja em Paris, por exemplo, custa pelo menos três vezes este valor numa gôndola paulistana.

O ano passado foi marcado por agressivas campanhas de marketing do Chile e da Argentina. Em conseqüência, ambos aumentaram suas participações no mercado, com os chilenos na liderança. O maior caso de sucesso em 2003 foi o da Argentina, que aumentou sua participação em 51% em volume e 44% em valor. Uma verdadeira explosão de vendas. As causa, além das vantagens proporcionadas pelo Mercosul, são o aumento da qualidade e a percepção do aumento de interesse pelo consumidor brasileiro.

Da Europa, Portugal foi o destaque. Os lusos marcaram presença na mídia local. Concentraram esforços com o apoio de entidades como o ICEP, IVP e ANDOVI, além de iniciativas individuais tomadas por produtores e seus representantes no País. Com a melhor performance européia em 2003, os lusos conseguiram aumentar em 10% sua participação, o que, em face da valorização do Euro, foi uma vitória.

FONTE: InvestNews
Últimas Notícias - 14/03/2004
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